segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Pegando no pé de postagem que exalta a maternidade...

Diario do pai.  
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Durante minha vida adulta, principalmente depois que minha esposa engravidou, andei prestando atenção em tudo que escrevem ou falam sobre maternidade e paternidade. Não de surpresa, sobre maternidade vi em grande quantidade e com enormes referências. Já sobre paternidade..., no dia dos pais vi mais piadas sobre pensão do que parabéns aos pais ou discussão sobre alienação parental. Ok, até entendo, mas bola para frente pois para trás só se faz gol contra. Mas um conjunto de textos me incomodou muito, e até fui muito incisivo em minhas críticas a estes textos (peço desculpas a quem eu tenha magoado por causa disso a priore), mas vou explicar neste texto o porquê. Os textos falavam sobre a mãe ser a única (não protagonista) do filho e o filho da mãe, colocando pai como coadjuvante ou simplesmente excluído da equação. 

Nestes textos, em geral, frisa a mãe guerreira, que acorda a noite toda para cuidar do bebê enquanto o mundo dorme, que o bebê confia na mãe e apenas a mãe sabe o que o bebê quer. Quem troca a fralda, ou da banho no bebê, quem conforta na doença, quem prepara a comida e se preocupa com estoque de fraldas e lenços umidecidos, a mãe. Quando contam com a ajuda, quem cuida da mãe é a mãe da mãe (a avó). E sempre excluem da equação, o pai. Sim, vou dizer a verdade, para os pais que participam (e estou surpreso, na minha timeline tem mais do que eu esperava), estes textos são relativamente uma injustiça. Até faço "mea culpa", pois magoa quando a gente vai dormir mais tarde e acorda de madrugada pois, divide e faz questão de dividir, as tarefas da criação com a mãe do seu filho. Mas não é a exclusão do pai o motivo de brigar toda vez que vejo um texto destes, mas sim do quão nocivo estes textos são para as mães. 

 1- Quando se fala que: só a mãe acorda a noite para acabar com a cólica do bebê; só a mãe acorda a noite pois o sono do bebê esta agitado; tem que trocar a fralda suja, indiretamente você isenta o pai de acordar (e as mulheres que tem homens que acordam são automaticamente sortudas).  

 2- Quando fala que apenas as mães entendem o que seus filhos sentem, isenta o pai de aprender a reconhecer o choro do bebê (nem vem, ninguém sabe de cara o choro do bebê, é intuição, depois de uma semana a gente começa a discernir). 

 3- Quando fala que apenas a mãe transmite segurança para o bebê, isenta o pai de abraçar e acalmar a criança para ela sentir segurança nele também.  

 4- Quando fala que só a mãe tem a delicadeza que o filho precisa, isenta o pai de aprender a cuidar do bebê, dar banho, trocar fralda, cuidar de feridas, dar comida, ficar com a criança um tempo. 

 Quando se faz tudo isso e mais coisas, joga somente sobre a mãe todo peso da criação de uma criança; retira do homem a preocupação de aprender sobre a vuda do bebê e fazer o que for possível em casa em favor deles. 

Quando se exalta assim a maternidade, não é apenas injusto com o pai; é injusto, tóxico e nocivo com as mães, pois não se cria o conceito de pai, reforça apenas o conceito de genitor. E convenhamos, sem um parceiro (não ajudante), o trabalho da mãe se torna hercúleo (na verdade é até injusto ppis nem Hércules teve tanto trabalho). 

Se quisermos um futuro melhor, vamos incentivar a maternidade, mas também exaltar a paternidade ativa, para que o número de PAIS deixem de ser contado nos dedos apenas.  

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