segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Ajuda não... Chega junto.

Diario do pai.
Data paterno.filial 483.237

Você acha que pai não ouve coisas desagradáveis? Quando se exerce paternidade, a gente houve demais. Quando simplesmente buscamos ser parceiros, vemos pelos comentários dos outros como somos poucos... E precisamos demarcar território. Na mente das pessoas, somos relegados a ajudantes, pois as pessoas ainda acham que é trabalho da mulher, ou não acredita que podemos chegar junto. São com coisa assim que nos deparamos.

"Amo ficar com meu filho, passo a maior parte do tempo com ele sempre que posso, até para aliviar a mãe!" 
"Mas voce troca a fralda do bebê?"
"Só não dou peito pois é impossível."
"Que bom que você ajuda!"

"Seguro o bebê enquanto minha esposa come. Até brigo com ela para ela comer."
"Que bom que você ajuda em casa!"

"Você está com cara de cansado!"
"Sim, o bebê estava doentinho ontem/fentinho nascendo/cólica, e não dormimos direito!"
"Ah, fala sério, o pai sempre dorme!"
"Ei, quem ficou ninando ele parte da noite após ele mamar para arrotar?"
"Que bom que você ajuda em casa!"

"Você está com cara de cansado! (2)"
"Fui dormir tarde ontem pois estava cozinhando para deixar comida para esposa. Também deixei estendida a roupa do bebê!"
"Você cozinha? Duvido!"
"O escondidindo de carne seca feita com aipim lá em casa discorda!"
"Que bom que você ajuda em casa!"

"Duvido que você fique com ele mais que 5min"
"Se ele não chorar de fome e eu não precisar sair para trabalhar, fico com ele até o choro por peito"
"Que bom que você ajuda com ele!"

Em geral, este "que bom que você ajuda" pode ser substituído por... "Ela tirou a sorte grande", "ganhou na loteria", "você é um paizão".

Gente, entenda, isso não pode ser rebaixado, nem exaltado, faz parte da tarefa de um casal. Sempre preferi um "é isso aí professor, tá certo em fazer" do que o rebaixamento de uma atitude, ou exaltação da mesma. Não é para aparecer, é para atender uma demanda. Se parte dos pais (a maioria) é omissa, não significa que todos são, se ele quer conversar contigo para discutir criação dos filhos, não é porque ele quer mostrar que faz, mas para trocar experiências.

Eu NÃO AJUDO em casa. Eu faço minha parte na criação do nosso filho. Me deixa triste eu trocar fralda do meu filho na sala de espera da pediatra e ouvir outras mães/avós conversando sobre eu fazer algo tão simples pois tem pais que não sabem nem segurar os filhos.

Eu NÃO AJUDO em casa. Faço ou tento fazer o que devo fazer. Falho pacas, deixo a desejar, mas surpreendo também.

Do banho no bebê, troco fralda e roupa quando suja, fico com ele algumas horas sem a mãe (não consigo vender o peito), brinco, dou carinho, dou remédio, lavo nariz, fico no hospital, faço tudo que posso e tudo que devo. Cozinho para esposa, lavo roupa, limpo banheiro e casa (embora odeie e isso atrapalhe um pouco).

E antes que pensem, não quero aparecer não. Nada. Só quero mostrar que é possível ser exemplo, e farei de tudo para ser.

Prefiro a descrição de uma pediatra, em um dia de consulta onde não via pais, que falou sem elogios, sem alarde algum, enquanto eu vestia o pequeno e minha esposa conversava com ela: "O pai chega junto!"




domingo, 12 de agosto de 2018

Não duvide do amor de um pai que ama.

Diário do pai
Data paternal atemporal 

Um dia vem a notícia, duas linhas, começou a saga da vida, paternidade derruba a porta da sua vida, vem um turbilhão de sensações e sentimentos, mas a verdade é que a gente nada sente.

Por nove meses a gente interaje mas não sente o enjôo. As dores vem, mas nunca na gente. Não sentimos, apenas acreditamos no que nos fala a mãe, não temos outra opção. Depois de uns meses até sentimos o toque, o empurrão, mas uma barreira de sete tecidos nos separa do contato direto. E já amava. Nunca duvide de um pai que ama.

Não sofremos mudança hormonal. Nada. Apenas vemos de fora todo trabalho que a "futura" mãe sofre. Mesmo assim ficava ansioso. Quando ele chega? E amava ainda mais.

Ele nasce, primeira vez em contato, mas o contato acaba rápido, colo da mãe ou encubadora. Sentimos emoção, vontade de gritar, chorar, sorrir, segurar e não largar, sei lá, depende de cada um, mas uma coisa é certa, não sofremos onda de ocitocina. Mesmo assim, reforça nosso carinho.

Por meses, a criança rejeita seu colo algumas vezes, as vezes te estranha, estranha seu cheiro, esquece que você existe, vale menos que um seio aconchegante. Claro, você entende (ou deveria). Ele só quer a mãe. Mesmo assim, você não sabe explicar o que sente.

Troca fraldas fedorentas e quando pensa que a criança ficará contigo um pouco, vem a vontade de se ligar ao peito. Aliás, dor? Seio. Cólica? Seio. Tristeza? Seio. E você não tem seio. Mesmo assim, tava lá perto do bebê e sua mãe. Vendo mamar, e não é linda esta criança? E aquela cena te conforta.

Pela primeira vez a criança se joga no seu colo, emoção. Pulou do colo da mãe (ganhei o Superbowl)! Ele reconhece sua voz, fica contigo sem a mãe. Brinca contigo brincadeiras que só o pai faz (mentira, mas deixa eu acreditar um pouco nisso). Ele dorme confiante no seu colo. E você achava que não poderia amar mais, mas o sorriso lrova o contrário, você ama.

Nunca duvide do amor (verdadeiro da para reconhecer) de um pai por seu filho ou filha. Não é um amor que surge com ajuda. O pai que ama, ama incondicionalmente, e não duvide deste amor, nunca, pois um amor construído, um amor consolidado, sobre alicerces indestrutíveis de uma relação baseada na paciência para formação dos laços, baseada na relação pai/criança.

Nunca duvide do amor de um pai que realmente ama.


Feliz aniversário meu pequeno

Diário Paternal Registro do Pai Talvez você não saiba ainda meu filho, mas todo dia 19/12, eu só consigo dormir após a 1h da madrugada. Na v...